As viagens e seus tesouros – Parte I

Nem eu me aguento mais quando paro para falar de minhas viagens. Só falo delas, de todas elas. Viajo bastante, para lugares diversos e mesmos lugares. Viajar é algo que me faz imensamente feliz! Gosto de gente que viaja e traz de suas viagens relatos, emoções, alegrias, frustrações, fotos, lembrancinhas. São os tesouros que trazemos e preenchem nossa história.

Acabo de ler uma frase de Eduardo Galeano que diz: Dizem que somos feitos de átomos, mas um passarinho me disse que somos feitos de histórias.

Quem acredita bata palmas!!

Em 2003, em minhas primeiras férias remuneradas fruto do meu primeiro emprego em que eu não era estagiária nem temporária, comprei um pacote CVC, peguei minha mãe pelas mãos e fomos até às Serras Gaúchas. Amei o Rio Grande do Sul, odiei a CVC, mas descobri o que me fazia feliz nessa vida: vi-a-jar!

Em 2004, mais ousada, peguei um ônibus na Barra Funda e fui parar em Cuiabá. Conheci a Chapada dos Guimarães, conheci o meu amor Artur, peguei outro ônibus fui para Brasília, peguei outro, fui para Bahia e, agora sim, descobri o que me fazia feliz mais ainda: viajar sozinha!

Em 2005 com um grupo de desconhecidos me enfiei num comboio de 4×4 e atravessei 7 estados brasileiros, fiquei 21 dias fora de casa e redescobri minha felicidade: viajar por longos períodos!

Em 2006 namorei um rapaz que tinha uma linda fazenda no sul da Bahia e fui para lá muitas e muitas vezes. Descobri outra coisa deliciosa: viajar e ficar em um só lugar, voltar para esse lugar e descobrir as pessoas, os costumes, entrar na sintonia se apropriar da viagem como se fosse um canto da sua vida que estivesse sempre ali. 

Em 2009, quando comecei a namorar o Artur, conheci a Patagônia Argentina e descobri que as montanhas nevadas formavam as mais lindas paisagens do mundo e comecei a sonhar em caminhar sobre elas, perto delas, ao redor dos picos mais lindos, agudos, achatados, desde que nevados, era minha felicidade. Fui mais 3 vezes para a Patagônia e mais e mais quero ficar perto desse lugar florido, cheiroso, frio e NEVADO!

Conhecer a Europa, transitar entre ambientes que contam histórias de pessoas, revoluções, da arte, conhecer o interior da França, respirar seu cotidiano, se perder e se achar, as línguas, as comidas, os cheiros, os sabores… voltei, sim, com meu baú carregado de novos tesouros.

Conhecer os Andes, a Bolívia, enfim ver de perto as pessoas de trajes coloridos, indígenas, históricas, sofridas, bruta realidade cercada pelas montanhas mais lindas que já vi… nevadas, altas, imponentes e lindas!

Depois que fui para o fim do mundo, Ushuaia, geograficamente, e também para o fim do mundo, metaforicamente, que seriam os confins da gran savana venezuelana no Monte Roraima, tive que dar uma parada e cuidar da saúde. Fui sabotada pela minha saúde e pelos meus joelhos e, triste triste, abortei os planos de conhecer as montanhas mais altas do mundo em 2013. A viagem para a montanha era, até dias atrás, a viagem que mais me fazia feliz. Era..

Ao carregar minha bicicleta e dar as primeiras pedaladas na Ruta 40, região de Bariloche, em novembro de 2012, sentindo o vento patagônico que te trava, te arrasta para o lado, mas nunca te empurra pra frente, senti um pouco de receio como a criança que tira as rodinhas da bicicleta pela primeira vez. Ainda instável, sentindo os carros e caminhões passarem tão perto… hesitei. 

Poucos minutos depois, já equilibrada e no embalo do pedalar pude olhar para o lado e ver a cadeia de montanhas nevadas, um lago azul turquesa, flores amarelas, céu azul… o vento no rosto, o movimento gerado pela sua própria força, os grandes deslocamentos, a baixa velocidade e o encanto, a poesia de cruzar cidades, províncias de bicicleta… caramba, nova descoberta: o que me faz feliz é viajar de bicicleta!

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Sobre ruivaah

Apaixonada por livros, fotos, viagens, montanhas, bicicleta, riachos, familia, amigos e animais! Apaixonada pelo sol e pela chuva.
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